Antes de falar sobre o medo, gostaria de iniciar com algumas considerações que julgo ser importantes.
Todos nós temos medo. Uns mais, outros menos, mas todos temos.
– O medo é importante pois é ele que nos livra de alguns perigos.
– Se o medo não fosse parte de nós, como justificar o fato dele estar presente em todos os cérebros saudáveis.
– O que nós precisamos parar para pensar não é a importância do medo e a proteção que ele nos traz, e sim até que ponto o nosso medo está nos impedindo de nos tornarmos o ser humano que gostaríamos de ser.
Acredito que um primeiro passo para identificarmos nossos medos é começar a analisar quando, em que condições e quais as sensações ele apresenta.
Vários são os medos, e posso aqui destacar alguns…. Medo da exposição, de morrer, da rejeição, de desapontar a si ou aos outros, de falar em público, de dirigir, de animais, de altura… Enfim, a lista é longa e você certamente acrescentaria alguns.
Mas o que precisamos analisar é, até que ponto os medos que tenho são responsáveis por travar o meu desenvolvimento?
Vou citar um exemplo pessoal.
Eu atuo com desenvolvimento humano e nesta área ministro treinamentos, dou aulas, palestras e entrevistas. Imagina um profissional nesta área de atuação com medo de falar em público? Você acha que com esse medo eu poderia ter êxito nestas atividades?
Eu posso te responder que JAMAIS. E respondo com letras maiúsculas para enfatizar ainda mais a importância desta análise.
Posso dizer também que durante muito tempo, falar em público, sempre foi um problema para mim. Por outro lado, eu tinha muita vontade de atuar na área de treinamento e sabia que para ter sucesso eu teria que vencer esse bloqueio. E aí eu, me preparei, fiz vários cursos, e enfrentei o medo. E hoje mesmo sendo uma pessoa reservada, encaro o medo e faço o que precisa ser feito para conseguir atuar na área.
Considero que a minha força de vontade foi a grande mola propulsora deste processo, e posso afirmar que, hoje eu consigo desenvolver o meu trabalho.
Assisti a uma palestra recentemente e o palestrante trouxe o seguinte questionamento:
A vida é uma aventura da qual ninguém vai sair vivo dela. E completou com a seguinte provocação: Qual a sua aventura?
O tema da palestra estava relacionado ao medo, e ele citava o quanto o medo nos bloqueia de alguma forma e o quanto ele pode retardar o nosso desenvolvimento. Ou seja, o quanto ele impede de vivermos a nossa aventura.
Sei que este processo não é fácil, visto que lidamos com nossos medos diariamente. Mas precisamos refletir sobre eles.
É reconfortante saber que dar um passo de cada vez já é um bom começo. Que precisamos parar de pensar no fim do processo e assim aliviar a ansiedade. Que saber que o erro é natural e que todos erram. Que precisamos amenizar as expectativas e começar a viver sem pressa, sem pressão e com mais serenidade.
É importante saber também que muitas pessoas não conseguem lidar com isso sozinhas e buscar ajuda não é vergonha alguma. Comece por identificar pessoas amigas com as quais você possa conversar, ou quem sabe, profissionais que possam te ajudar a lidar com o seu processo de evolução em relação ao medo.
E para finalizar, um conselho de quem passou por isso: Não espere parar de ter medo para agir. Quanto mais agimos, mas vamos nos tornando autoconfiantes. E só assim teremos as melhores condições para lidar com os nossos medos de forma a que eles não nos impeçam de ter a vida que tanto desejamos e merecemos ter.